Há 31 anos, pelada uniu craques da música Bob Marley e Chico Buarque Jamaicano visitou o Brasil em 1980 para a inauguração de uma gravadora, ficou amigo de Paulo César Caju e participou de um jogo no Rio de Janeiro


Chico Buarque, Bob Marley, Toquinho e Paulo César Caju juntos num campo de futebol do Rio de Janeiro. O improvável encontro aconteceu em março de 1980, quando o jamaicano veio ao Brasil para a inauguração da filial de uma gravadora. Fanático por futebol, o rei do reggae quis jogar uma pelada, e acabou parando no campo de Chico. O Esporte Espetacularfoi atrás dos atletas que participaram do jogo histórico para relembrar o encontro.
Chegando ao país, Bob impressionou todos por seu jeito simples e também pelo amor ao futebol. Fã assumido da geração de 70 da Seleção Brasileira, o jamaicano ficou amigo de Paulo César Caju em uma de suas voltas pelo Rio de Janeiro. A amizade com o tricampeão Caju, que jogou nos quatro grandes clubes cariocas (Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo) fez tudo isso acabar num campo de futebol.
- Na época eu gostava de soul, curtia Stevie Wonder, Marvin Gaye, Ray Charles. Mas depois disso, passei a admirá-lo também. Fizemos vários passeios, pintou realmente uma afinidade. Ele falou que queria jogar bola comigo, aí liguei para o Chico (Buarque) - disse o ex-jogador.
Chico Buarque e Bob Marley juntos no Rio de Janeiro
em uma pelada (Foto: Reprodução/TV Globo)
Foi então que o ídolo do reggae chegou a um dos palcos desconhecidos mais importantes do futebol carioca: a casa do Politheama, o time de peladas de Chico Buarque. Sempre avesso à entrevistas, o compositor preferiu não falar, mas abriu as portas de seu campo para o Esporte Espetacular.
Naquele dia, uma seleção da música esteve no local: Bob Marley, Junior Marvin (guitarrista dos Wailers), Jacob Miller (guitarrista do Inner Circle), Toquinho e Chico Buarque, além de Caju e o sortudo João Luís Albuquerque.
- Eu tinha sido contratado como jornalista, para fazer divulgação. Sei que, de repente, faltou alguém e me chamaram para jogar - contou o felizardo.
O jogo
Na partida, a seleção musical reforçada por Paulo César Caju contra um time com Alceu Valença e funcionários da gravadora. O ex-jogador foi o destaque do jogo, mas garantiu que a estrela foi o jamaicano:
- O melhor do time? Foi a coletividade! Não teve estrela naquele time, não. A festa era para o Bob Marley - disse PC Caju.
Bob Marley  Chico Buarque  Esporte Espetacular (Foto: Reprodução/TV Globo)Bob Marley em ação (Foto: Reprodução/TV Globo)
O cantor e compositor Toquinho também tem boas lembranças de Marley:
- O que eu me lembro dele? Era uma pessoa muito agradável, muito dada, e gostava de futebol. Nós estávamos muito bem acompanhados, com o Rei do Reggae e Paulo César Caju - lembrou o músico.
Um ano e dois meses depois da temporada no Brasil, Bob Marley morreu de câncer, aos 36 anos. Em vida, cantou a luta contra o racismo e a desigualdade social, e deixou um legado que vive até hoje.
- As canções dele, antes de mais nada, emocionam. Ele é eterno, e suas músicas não ficam velhas - finalizou Toquinho.  
  Globoesporte.com  /  Varjota  Esportes.

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