Quem esperava um jogo absolutamente tranquilo, diante de uma equipe que iria investir apenas na defesa, se surpreendeu. Nesta quinta-feira, no Independência, o Atlético-MG enfrentou o Strongest, da Bolívia, pela terceira rodada do Grupo 3 da Taça Libertadores, e sofreu um pouco, principalmente no primeiro tempo, para fazer 2 a 1 e conquistar a terceira vitória na competição sul-americana. Os bolivianos, assim como fizeram contra o São Paulo, no Morumbi, na segunda rodada da competição, mostraram um futebol defensivo consistente e, no ataque, levaram algum perigo ao gol de Victor. Mas o Galo, que mandou no jogo e teve muitas chances de marcar, fez o suficiente para chegar aos nove pontos e manter os 100% na competição. Com um gol de Jô, que escorou um cruzamento de Ronaldinho Gaúcho, e outro de R10, de pênalti, o Atlético-MG disparou na liderança da chave. Melgar, no segundo tempo, ainda descontou para os bolivianos.
Durante a semana, Cuca conviveu com a incerteza de contar o zagueiro Réver e com o meia Bernard. O primeiro se feriu em uma batida de cabeça com um jogador do Guarani-MG, em partida válida pelo Campeonato Mineiro, e teve que levar 26 pontos na testa. Com uma touca e um curativo reforçado, jogou com tranquilidade. O segundo, porém, com uma grave infecção na garganta, entrou em campo abatido, fraco e sem estar totalmente recuperado dos três quilos que perdeu nos últimos dias. Foi substituído, ovacionado pelo torcedor, aos 17 minutos do segundo tempo, para a entrada de Richarlyson.
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O torcedor do Atlético-MG, que compareceu em grande número, fez a parte dele. Desde antes do início da partida, os 18.962 pagantes gritaram e incentivaram os jogadores alvinegros. Incentivo percebido por Ronaldinho. No segundo tempo, Marcos Rocha sofreu um pênalti, após lindo passe do craque alvinegro. Ele mesmo, Ronaldinho, que havia perdido os três últimos pênaltis que bateu, com personalidade, cobrou com perfeição, no canto direito do goleiro Vaca.
Foi a 27ª partida seguinda sem derrota no Independência. Desde que foi reinaugurado, o Galo nunca perdeu no estádio. Com o resultado, o Galo manteve a liderança do Grupo 3, com nove pontos ganhos. O Strongest, com três, está na terceira posição, atrás do São Paulo, que tem quatro. O Arsenal de Sarandí, na lanterna, tem apenas um ponto. Apenas os dois primeiros colocados passarão à próxima fase.
Na quarta rodada, as equipes voltarão a se encontrar, porém, em La Paz, capital da Bolívia. O jogo será disputado no dia 13 de março, quarta-feira, às 22h (de Brasília).
Respeito e surpresa
O Atlético-MG, do técnico Cuca, entrou em campo com a força máxima do Galo, com Réver e Bernard, que eram dúvidas. Além dos dois, o Galo tinha Ronaldinho Gaúcho. A devoção dos jogadores do Strongest ao craque alvinegro era visível. Vários cumprimentaram R10, e o lateral Torrico chegou a fazer um tipo de reverência.
Como já era previsto, a pressão atleticana começou desde o apito inicial. E o goleiro Vaca já mostrou serviço logo no início da partida. Em cabeçadas de Réver e Jô e em um chute forte de Diego Tardelli, o camisa 19 do Strongest impediu o Galo de abrir o placar.
Os bolivianos, no entanto, à medida em que o jogo transcorria, mostravam os motivos que levaram a equipe a vender tão caro a derrota para o São Paulo. O Strongest chegou a assustar bastante os torcedores atleticanos, quando Escobar recebeu livre na grande área e finalizou para fora. Os atleticanos comemoraram o erro boliviano como um gol.
Jô quase deu a alegria que a torcida esperava, ao pegar o rebote de Vaca, após chute de Bernard. O centroavante do Galo chutou mascado para o gol, e o zagueiro Méndez tirou em cima da linha. Os bolivianos se fechavam bem. Na maior parte do primeiro tempo, o time de Eduardo Villegas mantinha todos os jogadores no campo de defesa.
O lance mais inusitado aconteceu assim que o árbitro uruguaio apitou o término do primeiro tempo. Ronaldinho Gaúcho foi cercado pelos jogadores do Strongest, que queriam trocar a camisa com o craque. O felizardo foi Pablo Escobar, que ganhou a camisa de R10 e não disfarçou a felicidade.
Cheio de gols
O segundo tempo começou com o Galo em cima do adversário. Mesmo com a boa marcação boliviana, o time alvinegro conseguia criar chances para abrir o placar. Bernard carimbou a trave, no primeiro lance, e, na sequência, Ronaldinho cruzou para a área. Aos 11 minutos, a bola desviou na zaga e sobrou livre para Jô tocar para o gol e vencer Vaca pela primeira vez. Foi o terceiro do camisa 7 alvinegro na competição.
A "massa" foi ao delírio, já que o jogo se tornava cada vez mais complicado, por conta do tempo que passava e do forte bloqueio do Strongest. Pouco depois do gol, Bernard, que era dúvida para a partida, deixou o campo por conta do cansaço, e Richarlyson foi para o jogo.
Com o gol, os bolivianos saíram mais para o jogo e deixaram espaços, até então, escassos, por conta da forte retranca. Diego Tardelli chegou a balançar as redes em uma rápida descida, mas o árbitro auxiliar assinalou impedimento. Aos 26 minutos, depois de ter colocado os companheiros na cara do gol, R10 deu um lindo passe para Marcos Rocha, que foi derrubado na área. Pênalti, que o próprio Ronaldinho cobrou e converteu, com tranquilidade.
No último suspiro, após indecisão da zaga, Melgar, que acabara de entrar, marcou para o Strongest, aos 45 minutos do segundo tempo. O time de Eduardo Villegas bem que tentou buscar o ataque, mas o Galo não sofreu maiores sustos por parte da ofensiva boliviana.
Nos minutos finais, o experiente Gilberto Silva ainda entrou em campo na vaga de Pierre e completou o centésimo jogo com a camisa do Atlético-MG. Além da grande atuação, Ronaldinho ainda gastou tempo em fotos e abraços com os adversários. A maioria dos jogadores, e tambéma a comissão técnica do Strongest, solicitou um momento com o craque do Galo, que atendeu a todos com atenção.
Globoesporte / Varjota Esportes - Ce.
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