Ele quase se tornou um dos ídolos na Vila Belmiro, quase fez parte da geração de Neymar e Ganso, mas optou pelo futebol europeu logo cedo, aos 19 anos. Três anos depois, o atacante Alemão, que apareceu como grande craque da base do Santos, volta ao Brasil para defender o Catanduvense, no que ele chama de um recomeço na carreira.
Nos primeiros dias de trabalho no interior paulista, o jovem elogiou a postura de Neymar, que resistiu ao assédio estrangeiro e permaneceu no Brasil. Com quase 23 anos, diz que gostaria de ter tido a mesma decisão do atual ídolo santista, que pode influenciar na carreira de novos atletas.
O Neymar vai mudar uma geração. A tendência é que agora os jovens fiquem mais tempo aqui"
Alemão, atacante do Catanduvense, ex-Santos
Alemão admite que sua carreira atrasou ao ter aceitado se transferir para o Udinese tão jovem. É como se o exemplo de Neymar tivesse sido dado tarde demais.
- Hoje, mais experiente, eu jamais faria isso, e admiro muito o Neymar por ter resistido à tentação de ir para a Europa tão jovem. É muito difícil. Acho que ele criou uma fase de transição no futebol e a tendência é que agora os jovens fiquem mais por aqui. Eu aprendi muito na Itália, não me arrependo, mas é claro que para minha carreira seria fundamental ter ficado mais aqui.
O jogador saiu brigado de Santos. A diretoria tentou mantê-lo com um contrato de gaveta, assinado quando Alemão ainda era menor de idade, segundo o atleta. Teve de entrar na Justiça para deixar o clube, quando era apontado como o grande jogador de sua geração, que ainda tinha o volante Adriano, o atacante Tiago Luís, o meia Renatinho e o goleiro Felipe.
Na Europa, não teve muita regularidade com a camisa do Udinese, clube para o qual foi transferido ao sair do Santos. Tanto que foi emprestado para o Vicenza, da segunda divisão. Foi quando entendeu que era o momento de retornar ao Brasil.
- Foi uma boa experiência, mas ainda sou muito novo e não queria ficar na segunda divisão lá. Resolvi pensar na minha carreira. Decidi que voltaria para o Brasil, e o Campeonato Paulista é uma boa vitrine. É um campeonato forte, e um time como o Catanduvense pode me dar uma boa projeção.
Ele tem contrato com o Udinese até 2014, mas seu desejo é permanecer mais tempo no Brasil, mesmo após o fim do Paulistão. Ele diz ter certeza de que o clube italiano o liberaria para ficar mais tempo em solo nacional, mas para isso entende que uma campanha no estadual é fundamental.
Alemão chamou seu retorno ao Brasil de um recomeço na carreira e diz até que gostaria de voltar ao Santos um dia.
- É exatamente isso, quero começar de novo aqui. Meu objetivo é fazer uma boa competição e aproveitar a vitrine que é o Campeonato Paulista. Tive propostas melhores, mas preferi jogar em São Paulo, porque sei que daqui posso conseguir espaço em outras equipes. Quem sabe um dia não volto para o Santos. Não tive contato com essa diretoria, o problema foi com a gestão anterior.
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