Durante suas passadas ao longo dos 15km da Corrida Internacional de São Silvestre, no próximo sábado, dia 31/12, será difícil Lucélia Peres não se lembrar de como tudo aconteceu há quatro anos. Em 2006, a atleta mineira, mas que mora em Brasília desde jovem, foi campeã, a última brasileira até hoje, a ter o gostinho de levantar o troféu da principal prova de corrida do país.
Lucélia e outros 25 mil corredores, profissionais e amadores, estarão reunidos, com largadas a partir das 15h para os cadeirantes, 17h10, pelotão feminino e, 17h30, elite masculina e pelotão geral, para voar pelas ruas da cidade de São Paulo na última grande prova de 2011. Atenção: o evento, que faz parte do Verão Espetacular, terá transmissão ao vivo da TV Globo a partir das 17h10 e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em tempo real todas as emoções antes e durante a prova, a partir de 14h.
- Em 2006, foi um dos meus melhores anos. Tive uma temporada com bons resultados e cheguei na SS muito confiante para fazer uma boa prova. Percebi que iria ganhar logo depois que entrei na Av. Paulista. Eu pensei: ‘Agora vou com tudo’. Depois que eu cruzei, nem acreditei que tinha ganho – relembrou a atleta.
Em 2011, sua história é bem diferente. Lucélia enfrentou ao longo desses cinco anos o maior pesadelo de todos os atletas. Duas fortes lesões, em sequência, deixaram que a corredora, membro da seleção brasileira durante dez anos, ficasse um bom tempo sem poder competir. E tudo começou na Volta da Pampulha de 2007, justamente na corrida onde ela havia sido tricampeã consecutivamente.
- Eu comecei a sentir dor no calcanhar durante a prova. Terminei a Pampulha em terceiro lugar e, quando eu voltei a Brasília, fiz exames e achei que dava para São Silvestre, mas nem completei a prova naquele ano. A dor era no pé direito. Parei e fiquei tratando e, em 2008, passei o ano todo brigando contra essa lesão. Não participei de nenhuma prova expressiva – contou Lucélia.
A corredora enfrentou um quadro de fascite plantar, tipo de inflamação que provoca dor na área do calcanhar.
- Bastante complicado pra gente, que vive disso. Planejo tudo em função dos treinos, das competições, da programção da temporada. De repente, você perde aquele cronograma. É difícil em todos os sentidos: psicologicamente, fisicamente, financeiramente... – disse.
Mas, com a força do marido, dos pais e do técnico, Lucélia seguiu em frente, melhorou e, em 2009, parecia que tudo retornaria ao normal. Ela voltou a competir e, devagar, estava retomando seu ritmo. Mas em janeiro do ano seguinte uma nova lesão. E o diagnóstico era o mesmo, fascite plantar, mas com duas diferenças: era no outro pé, o esquerdo, e o problema muito mais grave. Apesar disso, e da cirurgia que enfrentou devido ao novo problema, Lucélia não desanimou:
- Essa segunda vez foi mais fácil para encarar pelo fato de já ter experiência com o outro pé. Fui bem mais cautelosa para poder voltar aos treinamentos. Cautelosa em relação a respeitar os meus limites, em ouvir mais o meu corpo. A experiência da primeira lesão ajudou a superar e a ter calma para voltar, saber que tudo vai dar certo.
Quando questionada sobre expectativas para a São Silvestre, Lucélia também mostra amadurecimento. Apesar de se dizer competitiva e, entre risos, afirmar que sempre entra para ganhar, ela quer fazer uma boa prova.
- Essa prova especificamente é mais para marcar meu retorno ao grupo de corredores de alto nível, sentir o clima de prova, pegar ritmo. Eu não fiz preparação específica para a São Silvestre – avisou.
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Mas quem duvida que ela pode dar trabalho? Lucélia, no entanto, terá pela frente fortes adversárias. A brasileira Cruz Nonata, que fez boa marca na sua estreia em maratonas este ano. Adriana Aparecida, campeã da maratona nos Jogos Pan-Americanos e, que, assim como sua companheira, vai tentar índice olímpico para 2012. Outras atletas brasileiras de alto nível, como Marily dos Santos, assim como estrangeiras, como a marroquina Samira Raif, atual campeã e recordista da Maratona de São Paulo com a marca de 2h36m01s, e as quenianas Eunice Kirwa, tricampeã da Meia Maratona do Rio (2009, 2010 e 2011), Prisca Jeptoo, medalha de prata na maratona do Mundial de Daegu, em agosto, e Nancy Kiprop, tricampeã da Volta da Pampulha (2007, 2008 e 2011) fazem do pelotão feminino um espetáculo a parte.
Novo percurso
Veja no gráfico abaixo as diferenças que a São Silvestre traz para os 25 mil inscritos na prova.
Horários de largada:
- 15 horas - Cadeirantes
- 15h10min - Atletas com deficiência
- 17h10min - Elite Feminina A e B
- 17h30min - Elite Masculina e demais corredores
- 15h10min - Atletas com deficiência
- 17h10min - Elite Feminina A e B
- 17h30min - Elite Masculina e demais corredores
Globoesporte.com / Varjota Esportes.
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